sábado, 26 de novembro de 2011

Calvinistas novos cristãos

Porque sou calvinista?
Alguns personagens formam o arcabouço da doutrina da predestinação, Jean Calvin (1509-1564), francês nascido em Noyon, não era padre ordenado, era humanista, na sua meditação, considerava a fé um termo ambíguo, “de fato, enquanto ensinamos que deve a fé ser certa e segura, não imaginamos alguma certeza que de nenhuma duvida seja tangida, nem uma segurança que de nenhuma inquietude seja atacada”. Lutero nasceu no ano de 1483, escreveu as 95 Teses em 1517, portanto a ênfase de Lutero foi: Sola Gratia, Sola Fide, Calvino, não acreditava numa fé simples, do tipo expressado no livro de Hebreus, “Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam a convicção de fatos que se não vêem” (Hb. 11:7), para ele a fé tinha quatro componentes:
1-Conhecimento
2-A boa vontade de Deus como objeto do conhecimento
3-Os fundamentos do conhecimento
4-Meios interiores, pelos quais o conhecimento é compartilhado
Quando Lutero publica as 95 teses, Calvino tinha oito anos de idade.
Com esses tópicos a religião começa a ser elitizada, as camadas mais pobres e incultas da sociedade  se distanciava ou era colocada à margem. “Por este conhecimento, digo-o, não pela submissão de nosso sentir, obtemos ingresso no Reino dos Céus”, teria afirmado Calvino. No sistema de Tomás de Aquino a fé não dependia de um conhecimento especial. A grande massa de camponeses daquele tempo nunca chegou a entender a fé de Calvino, viviam nessa fé pela imposição de uma elite poderosa que se achava predestinada.
Mas o ensino de Aquino em relação à fé, tinha muito de uma crença no que a igreja impunha como aquilo em que se deve crer. “a fé é um assentimento intelectual a alguma crença proposta”.
Predestinação
Embora a doutrina da eleição, eklekton, também conhecida por predestinação, tenha se tornado o tema de maior destaque depois da morte de Calvino, na verdade não ocupava um lugar tão proeminente como hoje se faz. O assunto da predestinação só entrava nas suas considerações após a exposição da soteriologia, a salvação, ele coloca esse estudo no final do livro 3 de As Institutas, e adverte com respeito à predestinação: “ Procurar outro conhecimento da predestinação que [aquele] que na Palavra de Deus se expõe, de não menor insânia é que se alguém queira ou avançar por [lugar] sem caminho, ou ver na escuridão”.
E exatamente isso que fez o teólogo amigo chegado de Calvino, para Calvino que também entrava pelo caminho do supralapsarianismo, a dupla predestinação, mas recusava  a especular porque Deus predestinou alguns para a vida e outros para a destruição, ele dizia; “não devemos saber mais do que convém”. Mas a “coceira” foi lançada e Teodoro Beza avançou o sinal vermelho e traiu o mestre.
Outra grande divergência entre os reformadores foi a forma de batismo, e o significado da Ceia, Calvino não se entendia com Lutero que admitia a presença metafísica do corpo de Cristo no pão e no vinho, e Zwinglio que afirmava ser a Ceia simplesmente um memorial, com isso se separaram, dizem que nem sequer se deram as mãos na despedida.
O desvio teológico de Teodoro Beza
Com a morte de Calvino, Teodoro Beza retrocede no método de ensino, abandona o método indutivo de Calvino e introduz o método dedutivo aristotélico  que caracterizava o escolasticismo medieval. (¹). Acredita-se que Calvino oferece aos leitores do livro, “As Institutas” pistas para a expiação limitada, mas não entra no mérito pela incerteza que advém da leitura e a grande dúvida ao tentar ensinar aquilo que até em Paulo era um paradoxo.
Os cinco pontos adotados por Beza e que tinham a aprovação do príncipe Maurício, são os seguintes:
1- Depravação total  do homem
2- Eleição incondicional
3 - Expiação limitada
4- Graça irresistível
5- Perseverança do santos.
Escolasticismo
(1) O escolasticismo segundo o historiador Brian Armstrong identifica quatro tendências: O escolasticismo emprega ma forma dedutiva de raciocínio, o sistema de fé é elaborado através de premissas
(2)- A razão é elevada a tal nível que pode até mesmo ameaçar a revelação das Escrituras
(3)- A o escolasticismo apóia-se na premissa de  que as Escrituras  contém uma teologia racional
(4)-O pensamento abstrato e especulativo permeia todo o sistema.
Para muitos historiadores, as teologias de Calvino, Lutero e outros reformadores que eram bíblicas  e baseadas na experiência, foram vencidas pela metafísica e lógica  dedutiva do sistema Aristotélico.
Tiago Armínio (1560-1609) foi educado na tradição calvinista, estudou em Leyden, Genebra e Basiléia, sob a tutela de Beza, foi convocado a refutar as idéias heréticas e “libertinas” de um pregador (anabatista), esse afirmara com toda convicção que a dupla predestinação não se harmonizava com o amor e a misericórdia. Armínio estudou o processo e terminou por concordar também com  Dirck Coornheert (1522-1590) e que esse tinha razão, de fato o supralpsarianismo, não era ensino de Calvino, mas de Teodoro Beza que havia distorcido Calvin. Armínio chegou então à conclusão que, a segunda geração de calvinista seguiu um caminho estranho, longe do que fora ensinado por Calvino.
Armínio procurou retornar ao método de Calvino, analítico e indutivo (²), que divergia frontalmente do método escolástico de Beza, que levava à conclusão de uma expiação limitada, e a uma dupla predestinação, Deus no conceito de Beza, havia predestinado uns para a vida eterna e outros para a perdição.
Dando ênfase à soberania divina na predestinação e à expiação limitada aos eleitos, Teodoro Beza deu à tradição reformada, uma marcar de provocativa arbitrariedade.
Esse conceito supralapsariano não deixava Calvino tranqüilo, ele fugia do mérito, mas deixava pistas pela dúvida contida nas entrelinhas dos seus tratados, até achava a sentença assentada na carta de Paulo aos romanos de difícil explicação, pois apresentava uma arbitrariedade, “Amei a Jacó, porém me aborreci de Esaú”  “Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia e compadecer-me-ei de quem me aprouver ter compaixão”; como arbitrariedade significava também capricho, e despotismo de governos tiranos, e fazia de Deus um ser menor do que um ser humano, Thiago Armínio percebeu que Beza havia abandonado os ensinos de Calvino e adotado a predestinação como um novo ponto de partida lógico para o seu sistema, e notou com muita propriedade que, isso não fazia parte da síntese de Calvino.
Teodoro Beza introduziu uma proposição teológica conhecida como “acima da Queda” isto é, "antes da Queda”. Essa reflexão escolástica- medieval, destronou o Pai amoroso e presente, colocando-o distante e caprichoso. Desse ponto a teologia de Calvino profundamente modificada por Beza e Franz Gomarus, seguiu adiante, colocando em dúvida o caráter de Deus.
De forma que, os cinco pontos principais do calvinismo que temos hoje, não são de Calvino, e sim de Teodoro Beza.
Franz Gomarus (1563-1641) professor da teologia calvinista em Leyden, colega de Armínio, considerava esse um homem muito perigoso, espalhou boatos contra o caráter de Armínio por toda a província, após quatro ou cinco anos de perseguição, já debilitado, Armínio morreu aos 49 anos de idade, em 1609.
Mas essa doutrina escandalosa foi de interesse do príncipe Maurício que via nela uma inspiração monárquica de poder absoluto que ele desejava ansiosamente.
Assim protegidos pelos poderosos, que se consideravam predestinados pela riqueza que ostentavam, Maurício febril de poder, lançou Jan van  Oldenbarneveldt, líder da província da Holanda, e Hugo Grócio
(1583-1645) na prisão, Oldenbarneveldt, pediu que os seguidores de Armínio preparassem uma declaração de fé, a fim de que fosse apresentado ao governo, e assim obterem tolerância para suas idéias.
O príncipe temendo perder a autoridade, já que almejava o absolutismo, acusou os seguidores de Thiago Armínio de heréticos, mandou prender Hugo Grócio e Oldenbarneveldt, esse último foi injustamente acusado de traição, apressadamente condenado e decapitado antes do Sínodo de DORT, isso foi considerado pelos historiadores como, um assassinato. Hugo Grócio consegui escapar graças à astúcia de sua esposa, que enviou-lhe livros num baú, e depois carregou o baú de volta com Hugo dentro dele, que fugiu; só voltou ao seu país depois da morte de Maurício no ano de 1625. É dessa forma que nasce a teologia de Teodoro Beza, em meio à mentira, difamação, impiedade, interesse político, prisão arbitrária, tribunal inquisitório, condenação apressada, e execução por motivo fútil.
A síntese do pensamento arminiano foi:
1-A depravação do pecador é vista por sua extensão, mas não por seu grau, de modo que o Espírito Santo deve ajudar os homens a fazer as coisas verdadeiramente boas (Como ter fé em Cristo para a salvação)
2- O decreto da salvação aplica-se a todos os que creem em Cristo e perseveram em obediência e fé.
3- Cristo morreu por todos os seres humanos
4- É possível ao cristão renunciar á fé e perder-se eternamente.
Mais tarde John Wesley deu ênfase à graça preveniente:
The beginning of the work of salvation is Gods´s prevenient grace. The word prevenient simply means: To come before. It is an elemental form of grace found in everyone. It anticipates and prepares us for the coming of saving grace. (3)
A graça livre para todos e livre em todos
Wesley likes to talk about grace being free for all and free in all.
"Free for all" means it is available to everyone ( as opposed to predestination of Beza)
Free in all, refers to this prevenient grace which " waiteth not for the call"  We dont  have to ask for it, or even desire it, it is simply there (4)
Igrejas metodistas
As Igrejas metodistas sustentam a depravação humana bem próxima do calvinismo; mas sem a iniciativa divina, sem a obra da graça preveniente, a humanidade é incapaz de corresponder ao amor de Deus. Enquanto que a teologia reformada assevera que essa graça é estendida apenas aos eleitos e é irresistível, as igrejas metodistas afirmam que, a graça preveniente é estendida a toda a raça humana e é resistível, isto é, o homem à semelhança do “jovem rico” e a tantos que recusarm Jesus, ele também pode recusar, resistir. A graça preveniente é uma iniciativa de Deus e restaura a capacidade humana de corresponder ao amor divino. Enfatiza as doutrinas da expiação ilimitada, isto é, para toda a humanidade, e por fim, restaura a dignidade humana, tirando o homem da condição de “puppet” para uma condição de ser humano racional e com responsabilidade. Finalmente, enfatiza o livre-arbítrio e a justificação pela graça por meio da fé somente.
Conclusão:
Teodoro Beza e Franz Gomarus distorceram Jean Calvin, abandonaram os ensinamentos de amor e caridade que faziam parte da reforma, abandonaram o método indutivo, inferência de uma generalização a partir de casos particulares, e adotou o método dedutivo, mais autoritativo sem chance de reflexão, não se podia pensar, nada de aplicar a razão, mas somente aceitação sem questionamento, assim, ele mudou o debate da salvação para predestinação, obscureceu a Cruz, banalizou a fé, e fez do homem um ser desprezível objeto de entretenimento, sem nenhum valor moral, sem fé, sem pão, sem Deus, sem esperança, irracional e totalmente depravado. Desprezou o conselho de Calvino para não tentar enxergar na escuridão, mergulhou nela de corpo e alma. Distorceu Calvino.
A dedução usada por Beza era uma seqüência de proposições cuja ultima proposição é a conclusão da seqüência, é uma derivação, logo se há a predestinação ela é dupla, a eleição teria que ser limitada, a graça concedida aos eleitos irresistível, e o homem um “puppet”.

Num certo sentido a escolástica demonstra que a dedução se refere a uma inferência na qual um falante afirma que a conclusão se segue necessariamente das premissas, logo se a base de reflexão é a predestinação, logo ela também é, supralapsária, isto é, “dupla”; Deus segundo Beza predestinou alguns para a salvação eterna, e outros para a perdição”  E tudo se acaba num abismo infinito.
O homem nessa circunstância caminharia a ermo, nascido para ser pisado, “sem pão, sem fé, solitário pelo caminho, como um cego conduzido pela natureza cega insensível, caprichosa, e cruel, condenado antecipadamente sem nenhuma chance de ser ouvido, mesmo que desejasse a graça, essa lhe seria negada.

Poderia até ser calvinista, mas jamais bezarianista, contínuo simplesmente cristão

Calvinismo Hoje

Calvino vive

No quinto centenário de nascimento do reformador francês, sua doutrina experimenta novo avanço.

Quinhentos anos depois do nascimento do reformador João Calvino, suas ideias estão ganhando nova força. Combatido e contestado dentro e fora do segmento cristão ao longo de sua história, o calvinismo firmou-se como corrente doutrinária e chega ao século 21 revigorado, influenciando milhões de pessoas, grandes grupos religiosos e até mesmo o mundo corporativo. Recentemente, a revista americana Time listou em sua edição eletrônica as dez ideias que mais estão mudando o mundo neste exato momento. E o calvinismo está lá, em terceiro lugar, apontado pela revista como uma “base segura” para a vida devido à crença irrestrita na soberania de Deus sobre todas as coisas. A concepção segundo a qual o Todo-poderoso está interessado e atuante nos mínimos detalhes da existência humana pode parecer uma revolução na sociedade pós-moderna, mas o moderno calvinismo surge como resposta a anseios não supridos por anos e anos de liberalismo.

Líderes contemporâneos como John Piper, Paul Washer e Mark Driscoll, e seus respectivos ministérios, são exemplos desse movimento, conservador em suas doutrinas mas impactante em seus efeitos. Com uma roupagem moderna, a corrente vem conquistando cada vez mais adeptos, especialmente entre os jovens, e sobretudo nos Estados Unidos. “O novo calvinismo citado pela Time é um movimento que demonstra abertura para novas formas litúrgicas, ao mesmo tempo em que mantém o formalismo das doutrinas historicamente reformadas”, diz o pastor Leandro Antonio de Lima, da Igreja Presbiteriana de Santo Amaro, em São Paulo, e professor de teologia sistemática. “É basicamente um resgate da mensagem do reformador João Calvino.”

As igrejas que se autodenominam calvinistas geralmente possuem características bem tradicionais: liturgia formal, um forte apelo intelectual em seus ensinamentos e, em muitos casos, pelo menos no Brasil, muito espaço nos bancos. Um dos problemas desse aspecto tradicionalista que a corrente teológica sempre apresentou é a falta de uma linguagem popular. O calvinismo já foi acusado diversas vezes de ser uma espécie de Evangelho de pessoas cultas, embora muitas doutrinas que se atribuem a Calvino não sejam de sua autoria (ver quadro). Isso e suas doutrinas polêmicas – sobretudo a de predestinação, calcanhar-de-aquiles que provoca constante cizânia entre os evangélicos e segundo a qual Deus já resolveu quem seria ou não salvo, independentemente de qualquer ação humana – geraram um sectarismo em torno do movimento, que parece estar sendo superado agora. Os novos ministros calvinistas estão mais atentos às necessidades do povo cristão, o que os torna populares. “A teologia de Piper pode ser resumida como um ‘hedonismo cristão’, que é a teoria de que o ser humano é mais feliz quanto mais prazer ele sentir em Deus”, sintetiza Leandro.
No quesito popularidade, ninguém ganha do “brigão”, como se referiu a Time, Mark Driscoll. “Um amigo assistiu uma pregação dele e ficou muito entusiasmado com o que ouviu”, afirma o professor de teologia Franklin Ferreira, autor dos livros Agostinho de A a Z e Gigantes da fé, lançados pela Editora Vida.

Driscoll pode subir ao púlpito vestindo uma blusa de malha com a estampa do Mickey Mouse e usar palavras arrogantes em suas mensagens, mas sua doutrina é bíblica, séria e reformada. “Driscoll define sua igreja como teologicamente conservadora – ou seja, calvinista – e culturalmente aberta”, continua Franklin. Tal estilo pode assustar um pouco os calvinistas tradicionais, mas é essa abordagem que vem arrebanhando multidões para Cristo. Franklin sai em defesa de Mark Driscoll, dirigente da Mars Hill Church, em Seattle. “Devemos levar em conta que ele plantou uma congregação forte numa localidade conhecida como cemitério de igrejas. Até a mídia local está espantada com ele. Convém lembrar que ele é muito respeitado por gente importante da comunidade reformada americana, como Piper.”

Influência do Calvinismo na Reforma do Puritanismo

O puritanismo designa uma concepção da fé cristã desenvolvida na Inglaterra por uma comunidade de protestantes radicais depois da Reforma. Segundo o pensador francês Alexis de Tocqueville, em seu livro A Democracia na América, trata-se tanto de uma teoria politica como de uma doutrina religiosa.


O adjetivo "puritano" pode designar tanto o membro deste grupo de presbiterianos rigoristas como aquele que é rígido nos costumes, especialmente quanto ao comportamento sexual (pessoa austera, rígida e moralista).

A Revolução Puritana foi um movimento surgido na Inglaterra no século XVI, de confissão calvinista, que rejeitava tanto a Igreja Romana como a Igreja Anglicana.
As críticas à política da Rainha Isabel partiram de grupos calvinistas ingleses, que foram denominados puritanos porque pretendiam purificar a Igreja Anglicana, retirando-lhe os resíduos de catolicismo, de modo a tornar sua liturgia mais próxima do calvinismo.

Desde o início, os puritanos já aceitavam a doutrina da predestinação. O movimento foi perseguido na Inglaterra, razão pela qual muitos deixaram a Inglaterra, em busca de outros lugares com maior liberdade religiosa. Um grupo, liderado por John Winthrop, chegou às colinas da Nova Inglaterra na América do Norte em abril de 1630.

O puritanismo não conseguiu substituir as estruturas de plausibilidade que o anglicanismo ofereceu à nação inglesa. As estruturas sociais anglicanas permaneceram. Apenas para uma pequena e influente minoria esta situação não era satisfatória, e esse grupo era o dos puritanos, que travaram vigorosas e infrutíferas batalhas com o governo político-religioso da Inglaterr. Em todos esses eventos, o apoio de Calvino foi influente na tentativa de levar sua doutrina a uma nação cujos laços com Roma haviam sido cortados apenas pela vaidade de um Rai.

A doutrina calvinista é hoje largamente professada entre os fiéis anglicanos, e nela sobraram apenas traços da liturgia do catolicismo.

Muitos dos puritanos fugiram para países como os EUA, onde introduziram o Presbiterianismo oriundo da reforma calvinista da Igreja da Escócia.

O novo Calvinismo

A revista Time, em sua edição eletrônica, listou as 10 influências mais importantes no mundo na atualidade. O chamado novo calvinismo é listado em terceiro lugar. Abaixo, o texto traduzido na íntegra, pelo pastor F. Wellington Ferreira, membro da Igreja Batista da Graça, em São José dos Campos.

O calvinismo está de volta, e não apenas no âmbito da música. A resposta de João  Calvino, no século xvi, aos excessos do catolicismo na forma de “compre o seu livramento do purgatório” é a mais recente história de sucesso do evangelicalismo [americano], uma história completa: com uma Deidade totalmente soberana que administra as coisas mínimas, uma humanidade pecaminosa e incapaz e, a combinação da conseqüência lógica, a predestinação: a crença de que, antes de o tempo surgir, Deus resolveu a quem salvaria (ou não), sem influenciar-se por qualquer ação ou decisão humana subseqüente.

À semelhança dos calvinistas, os evangélicos mais moderados estão explorando curas para o desvio doutrinário do movimento, mas não podem oferecer a mesma segurança coletiva. “Muitos jovens cresceram em cultura de destruição, divórcio, drogas e tentação sexual”, disse Collin Hansen, autor de Young, Restless, Reformed: A Journalist’s Journey with the New Calvinists. “Eles têm muitos amigos; o que precisam é de um Deus.” Mohler disse: “No momento em que alguém começa a definir o ser ou os atos de Deus biblicamente, essa pessoa é levada a conclusões que são tradicionalmente classificadas como calvinistas”. De fato, essa presunção de inevitabilidade tem atraído acusações de arrogância e divisionismo desde a época de Calvino. Na verdade, alguns dos entusiastas de hoje sugerem que os não-calvinistas podem não ser cristãos.

Pequenas disputas entre os batistas do sul [dos EUA] (que têm um grupamento concorrente de não-calvinistas) e trocas de ameaças on-line são um mau presságio.

Em julho próximo, se dará o 500º aniversário de nascimento de Calvino. Será interessante observar se o último legado de Calvino será a difamação protestante clássica ou se, durante estes tempos difíceis, mais cristãos que buscam segurança sujeitarão a sua vontade ao Deus severamente exigente dos primórdios de seu país.